domingo, 21 de fevereiro de 2010

O Orfanato

O Orfanato é um filme de terror elegantíssimo, feito à moda antiga, como parece que apenas os latinos são capazes de conceber nos últimos tempos.
Não dá para dizer até que ponto a mão do produtor Guillermo Del Toro pesou no produto final, mas o filme tem um clima que evoca A Espinha do Diabo e tem um acabamento que faz lembrar o tempo todo O Labirinto do Fauno. Há momentos do terror mais puro, do medo mais primitivo, do susto, sensações que fazem falta na maioria dos exemplares atuais de um gênero que precisa delas para existir.


Muito da força do longa está no desempenho de Bélen Rueda, uma grande atriz num das melhores interpretações deste ano.
Embora haja uma clara queda em sua segunda metade, o filme tem uma seqüência final antes do epílogo, que embora tenha seu conteúdo insinuado no decorrer de sua duração, é tão bonita que só ela já vale todo o trabalho. Numa época em que os filmes de terror cada vez recorrem a pirotecnias visuais (ou cerebrais) e à tortura para se venderem, O Orfanato é um retorno a um tempo em que apagar a luz já era garantia de um belo calafrio.


No elenco também vale destacar a participação de Edgar Vivar. O ator ficou bem conhecido aqui no Brasil por interpretar o Seu Barriga, personagem da série Chaves. Na história, ele faz o papel de um estudioso que acredita em assuntos paranormais. E talvez só mesmo o sobrenatural possa explicar o que acontece na casa. Longe de ser um simples filme de fantasmas, “O Orfanato” carrega uma forte dramaticidade no roteiro. E é o drama que faz com que a história não caia na mesmice e se torne tão interessante.

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