quinta-feira, 1 de abril de 2010

Atividade Paranormal

“após assisti-lo você irá pensar duas vezes na hora de apagar a luz do quarto e ir dormir.”

Em 1999, o estilo documental de se apresentar um filme de ficção foi trazido à baila com o lançamento de A Bruxa de Blair. Na época, imersão na história provocada pela câmera na mão e a narrativa em primeira pessoa elevaram a instigação do terror a um patamar diferenciado. Pegando carona, produções caras procuraram explorar este filão, como Cloverfield (2007) e o espanhol REC (2008), obtendo êxito. Voltando ao início do ciclo, ou seja, das produções baratas e beirando o trash, encontra-se Atividade Paranormal (Paranormal Activity, EUA, 2007), filme onde um casal é aterrorizado por poltergeist nada amigável.


Katie (Katie Featherston) e Micah (Micah Sloat) vivem nos subúrbios de Los Angeles, e Katie vem se queixando de presenciar fatos estranhos, de cunho paranormal. Daí, seu namorado usa este fato para comprar uma câmera de última geração, com o intuito de “documentar as aparições”. É, portanto, a partir das filmagens de Micah que vamos acompanhar os percalços vividos pelo casal. Toda essa introdução à história é apresentada pelo diretor Oren Peli de forma bastante simples, porém engenhosa, através das conversas entre Katie e Micah.

Como nos filmes inicialmente citados, o senso de realidade e os despojamento dos atores rapidamente captura a atenção da audiência. A crítica xiita tem reclamado bastante da performance dos protagonistas; entretanto, apesar do claro amadorismo que as atuações exalam, o desempenho do casal é bem a contento e em momento algum atrapalha o clima de medo e angústia crescentes. Outro problema apontado com frequência é que as cenas de suspense e terror acabam por se tornar bastante repetitivas, o que de fato é verdade, porém não enxergo um problema maior aí. Apesar de semelhantes, cada momento apreensivo subsequente sobe um nível a mais em relação ao anterior na escla de thriller.

É preciso reconhecer o esforço da equipe do longa em realizar os efeitos práticos do filme com relação às ações do fenômeno considerando o orçamento limitadíssimo da produção.
Por quase uma hora de filme, se arrasta uma discussão sobre chamar ou não alguém que entenda do assunto e, mesmo depois que Micah passa a acreditar na existência do fenômeno, ele diz que é completamente capaz de lidar com aquilo.

Já Katie Featherston, ao encarnar sua personagem homônima, se torna um dos pontos positivos nesta produção. Carismática, bonita (sim, isso ajuda), ela encarna bem o estereótipo da vítima em um filme de terror. Sem querer o risco de dar grandes spoilers, basta dizer que sua reação ao descobrir a verdadeira natureza da ameaça que a cerca, além de plenamente crível, levam a sua personagem a um ponto extremamente interessante, com a atriz conseguindo conduzir muito bem sua Katie em um momento crucial do filme.

Infelizmente, tal sequência vem tarde demais para tentar redimir quase 80 minutos da mais pura chatice. Oren Peli ganharia a nota 10 se “Atividade Paranormal” fosse um trabalho de conclusão de curso em uma faculdade de cinema. No entanto, no momento em que o filme é lançado comercialmente em salas de cinema, o nível é outro. A única lição que esta película deixa é que, em caso de fenômenos paranormais, não tente resolver sozinho. Para quem você vai ligar? Bom, tem um tal de Dr. Peter Venkman que dizem ser muito bom nisso…

Não tem muito mais o que dizer. Atividade Paranormal mete bastante medo, faz a gente suar frio de vez em quando, mas é só isso. serve apenas como um passatempo simples, e bem macabro


FILME: 05
MEDO: 08

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