sábado, 30 de abril de 2011

Conta comigo - filme

“Nunca tive amigos como aqueles que tive aos 12 anos.” "Não é possível que seja uma obra de Stephen King!!!". A exclamação é quase certa vinda de quem assiste ao filme conta comigo (Stand By Me, 1986). Adaptado de um conto do autor, que através de seus trabalhos literários ficou conhecido como o mestre do suspense e do sobrenatural, Conta comigo pode causar tal espanto por ser classificado pela indústria cinematográfica como um drama que aborda temas como amizade, lealdade, crescimento pessoal e sentimentos de perda, entre outros. Porém, com uma analise mais detalhada da trama, percebe-se que a mesma também trabalha com um fator sempre presente nas obras de King: o medo e as formas nas quais ele se manifesta. A diferença é que em conta comigo, tal sentimento consegue ser mostrado de uma forma mais próxima do cotidiano, conseguindo por isso ser real e de certa forma, poética.
O roteiro adaptado por Raynold Gideon e Bruce A. Evans é muito eficiente, conseguindo transmitir sem falhas todas as principais lições de vida do livro de King. Enquanto a direção de Rob Reiner (de “Questão de Honra”) é firme, e consegue manter um clima eletrizante, e ao mesmo tempo, sempre leve e divertido, recheado com boas doses de humor, até mesmo nos momentos de tensão que o filme proporciona.
O filme consegue ser tocante desde a sua cena inicial, quando Gordie adulto lê em seu carro a notícia sobre a morte do “famoso advogado” Chris Chambers, seu grande amigo de infância, e se emociona ao ver dois garotos andando de bicicleta, fazendo com que todas às suas lembranças da juventude voltem à sua cabeça em um fluxo de consciência. Isso não acontece conosco? Ás vezes nossas vidas andam tão cheias, que esquecemos o quanto é bom relembrarmos os bons momentos de nossas vidas.
Em um determinado momento do filme, ao tomarem banho num rio, Teddy começa a brincar de afogar seus colegas. Chris fala para ele: “Vamos Teddy, aja de acordo com a sua idade”. Teddy não pensa duas vezes ao responder: “Estou agindo de acordo com a minha idade. Sou jovem, e a juventude só vem uma vez em nossas vidas. Temos de aproveitá-la”. Analisando este diálogo, vemos o quanto nós, humanos, temos aquela “pressa para crescer” e deixamos de aproveitar ótimos e raros momentos de nossas vidas.
Ao término, o “mestre do suspense”, Stephen King, consegue nos trazer a conclusão do quanto éramos felizes e não sabíamos.

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